A Apple Inc. anunciou ontem o tão falado iPhone 5, um aparelho mais fino e rápido desenhado para reforçar a já vantajosa posição da empresa no aquecido mercado de aparelhos móveis. A companhia afirmou que a nova versão tem tela de 4 polegadas na diagonal, quando a anterior tem 3,5 polegadas, e é 18% mais fina, com 7,6 milímetros, o iPhone mais fino já lançado. Ele explora a tecnologia de tela “retina” que a Apple tem usado em seus aparelhos móveis. O novo iPhone também suporta tecnologia sem fio LTE de quarta geração, afirmou a empresa, e usa um chip chamado A6 – descrito como um processador cujos desempenho computacional e velocidade de gráficos são o dobro do atual. A câmera fotográfica, o alto-falante e os fones de ouvido também foram melhorados.

O iPhone 5 também vem com um novo carregador a bateria, sincronizando com computadores e conectando com acessórios. O novo cabo, que a Apple chama de “relâmpago”, é 80% menor do que o que a companhia tem usado desde 2003. “Nós atualizamos cada um dos aspectos do iPhone 5”, disse Phil Schiller, o diretor de marketing da Apple, na apresentação do aparelho em San Francisco. O celular é todo feito de vidro e alumínio, disse Schiller. O preço do iPhone 5 começa, nos Estados Unidos, a partir de US$ 199 para o modelo de 16 gigabytes com contrato de serviço de dois anos, o mesmo preço do atual modelo 4S que, por sua vez, custa R$ 1.999, desbloqueado, no site brasileiro da Apple. Pedidos para o novo modelo começarão a ser aceitos amanhã, com entregas começando uma semana depois, segundo a Apple. Tim Cook, diretor-presidente da Apple, abriu o evento observando que a Apple já vendeu 84 milhões de iPads até junho, e disse que o tablet responde por 91% do tráfego de internet gerado por aparelhos do gênero. O iPhone 5 é a mais recente de uma série de alterações desde que a Apple lançou seu primeiro celular, em 2007. Desde então, o iPhone deflagrou interesse em aparelhos móveis por parte de tanto indivíduos quanto de grandes empresas – e já vendeu mais de 240 milhões de iPhones. A nova versão, anunciada num evento restrito a convidados, chega num momento em que a gigante americana de eletrônicos continua a refinar seu foco sobre computação móvel. O iPhone e produtos móveis têm sido o negócio central do renascimento da Apple desde que ela começou a vender o iPod original, em 2001. Os planos da Apple de atualizar o iPhone têm sido objeto de intensa especulação, à medida que produtos concorrentes, como a linha de celulares Galaxy da Samsung Electronics Co., se tornam cada vez mais populares.

O iPhone, que já foi o smartphone mais vendido no mundo, caiu para segundo lugar, atrás de aparelhos da Samsung, que obteve quase 30% das vendas mundiais no segundo trimestre, segundo a firma de pesquisas Gartner. A Apple ficou perto de 19%. Carolina Milanesi, analista da Gartner que esteve no evento, disse que as novas tecnologias no iPhone 5 e em seu software fazem dele o aparelho a ser superado. “O que eles oferecem em termos de riqueza da experiência não só cria adesão ao ecossistema e gera faturamento originado por conteúdo, como também deixa os demais fabricantes de aparelhos fazendo o que podem para manter suas margens”, disse ela. O novo iPhone usa o iOS 6, uma versão atualizada do sistema operacional da Apple para aparelhos móveis. Apesar de todas as mudanças, a Apple disse que o iPhone 5 será compatível com os mais de 700.000 títulos de programas em sua App Store. No evento de ontem, a Apple também anunciou novas versões de seus aparelhos de música iPod. Entre elas está uma nova versão do iPod Touch a partir de US$ 299 por 32 gigabytes de armazenagem para música e vídeo. A companhia também expandiu o tamanho do iPod Nano para oferecer reprodução de vídeo em tela larga. Muitos dos produtos da empresa serão acompanhados de fones de ouvidos aprimorados que a Apple afirmou ter levado três anos para desenvolver e são chamados EarPods. Além de melhorar a qualidade do som, eles devem durar mais, disse a Apple.

A Apple afirmou ainda que vai atualizar a loja de música virtual iTunes para computadores, dando-lhe um novo visual e maior integração tanto com seu serviço de sincronização de dados iCloud quanto com suas lojas de música e apps. Uma nova função será a possibilidade do consumidor começar a assistir a um filme em seus aparelhos móveis, interromper e voltar a assistir onde parou quando no computador. Consumidores têm aguardado o novo aparelho a tal ponto que os resultados da Apple no mais recente balanço trimestral decepcionaram investidores, já que muita gente parece ter deixado de comprar um iPhone à espera da nova versão. Alguns economistas chegam a prever que as vendas podem ajudar a economia dos Estados Unidos.

Mas até que ponto a Apple vai cumprir as expectativas é difícil de dizer, assim como as consequências se não o fizer. Há quase um ano, Cook lançou o iPhone 4S, que teve uma recepção morna. Mesmo assim, o aparelho acabou vendendo bem e elevou as vendas e as ações da Apple a novas alturas. A empresa recentemente se tornou a mais valiosa na história dos EUA. (Colaborou Jessica E. Vascellaro.)
Fonte:Valor

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