Depois de firmarem acordo em fevereiro, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander iniciaram ontem os testes de compartilhamento de caixas eletrônicos. A interligação dos terminais está a cargo da Tecnologia Bancária (TecBan), empresa que administra a rede Banco24Horas. Não é descartada, porém, a contratação de outros prestadores de serviço. Os pilotos serão realizados ao longo dos próximos seis meses em 700 máquinas instaladas fora da rede de agências dos três bancos, em aeroportos, shopping centers, entre outros estabelecimentos comerciais. Após esse período, será feito um convite (“request for proposal”) a outras empresas interessadas em participar do projeto.

A ideia, mais para frente, é que a rede compartilhada de ATMs ganhe marca própria. Hoje, as 700 máquinas em teste podem ser reconhecidas apenas pelos adesivos com as logomarcas dos três bancos colados nos terminais. São 170 caixas do BB, 360 do Bradesco e outros 170 do Santander, boa parte deles concentrada na capital paulista. Os clientes poderão realizar consultas a saldo e saque – além de contratar empréstimos, no caso dos correntistas do Bradesco. Depósitos e impressão de cheque ficam, a princípio, de fora do projeto.

A dimensão que o compartilhamento de ATMs pode ganhar futuramente é a razão pela qual os profissionais envolvidos na iniciativa preveem a necessidade de mais empresas para garantir o fornecimento dos serviços. Se considerados apenas os ATMs do BB, Bradesco e Santander instalados fora das agências, isso representaria um universo de aproximadamente 20 mil máquinas. É esperada, além disso, a adesão de outros bancos à iniciativa. Sigmar Maya Filho, gerente do projeto de compartilhamento do BB, informou que as negociações com a Caixa Econômica Federal já foram iniciadas – o BB mantém uma parceria com a Caixa para compartilhamento de ATMs desde 2004. “Cada máquina dessa custa de R$ 30 mil a R$ 50 mil e pesa uma tonelada. Só por aí dá para se ter uma ideia da complexidade de transporte e manutenção”, explica Luca Cavalcanti, diretor do Bradesco Dia e Noite.

Embora os bancos não revelem a economia que o compartilhamento irá representar, o discurso geral é de que o maior benefício será a ampliação da presença junto aos clientes. Quando questionado, porém, se o compartilhamento ganhará regiões remotas do país, Cavalcanti hesita: “É preciso analisar se faz parte da estratégia, além da questão de segurança”.

Fonte: Valor

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