A massa quase compacta de jornalistas e visitantes que se acotovelavam ontem numa fila de espera 40 minutos antes de começar a palestra do executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer, no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, é um termômetro do interesse do mercado em relação ao que a gigante de software poderia anunciar, especialmente logo após o anúncio da parceria com a Nokia.

“Estamos muito otimistas e temos muita energia e senso de oportunidade”, disse Ballmer sobre a parceria, reforçando confiança na contribuição que a Nokia poderá dar ao Windows Phone.

Num movimento inesperado para a plateia, o executivo convidou para compartilhar o palco o executivo-chefe da fabricante de celulares, Stephen Elop. “A Nokia e a Microsoft juntas representam uma parceria natural”, afirmou Elop, indiferente ao questionamento que se faz sobre o futuro da Intel com o sistema operacional MeeGo. Lançado no ano passado, o sistemas vinha sendo desenvolvido em parceria pela fabricante de chips e a Nokia.

Segundo Elop, essa nova aliança será boa para as operadoras, clientes e programadores de software. Para as teles, porque as parceiras criarão um “ecossistema” completo de serviços e produtos, com mais opções para que atendam os usuários. Em relação aos consumidores, afirmou que haverá mais ofertas de produtos à sua disposição; enquanto a área de software se beneficiará de poder trabalhar com uma única plataforma [sistemas e equipamentos que dão base para o desenvolvimento de outros softwares], segundo o executivo.

A Microsoft se encarregará do desenvolvimento dos sistemas, enquanto a Nokia será responsável pelo projeto industrial, oferecendo experiência e conhecimento em relação à cadeia de fornecimento. Ballmer destacou também que a Microsoft vai auxiliar a Nokia a evoluir os mapas criados pela Navteq, fornecedora de mapas e sistemas de navegação comprada em 2007 como parte da estratégia de serviços Ovi.

O executivo-chefe da Microsoft afirmou que a Nokia dará suporte ao Windows Phone em tudo e que o retorno em relação a valores será crescente. “O Windows Phone terá a plataforma mais amigável disponível”, assegurou. Ballmer disse que serão ofertados mais aplicativos para o Windows Phone do que qualquer outra empresa teria produzido em um ano, período de lançamento do Windows Phone 7.

Para se ter uma ideia do tamanho desse mercado, um estudo da Wireless Intelligence – unidade de pesquisas da GSMA, organizadora do congresso -, constatou que os aplicativos móveis respondem por 667 minutos de uso de redes móveis por mês, tráfego quase equivalente ao de mensagens de texto, com 671 minutos. O tráfego de voz fica muito abaixo, com 531 minutos, e a navegação na internet, 422 minutos.

Apesar de o acordo entre Microsoft e Nokia ter dominado os primeiros lances do MWC, empresas como a Sony Ericsson conseguiram chamar atenção para seus lançamentos. A companhia anunciou para março a chegada do Xperia Play, um smartphone que integra um console para jogos. O produto chega na Europa e Ásia em março, seguindo depois para os demais países. A estreia nos Estados Unidos será por meio da Verizon. “É uma perfeita combinação entre a Sony e a Ericsson. O Xperia Play é o primeiro de uma série de novas experiências para os usuários”, disse o presidente da Sony, Kazuo Hirai, durante o anúncio que as companhias fizeram para convidados que lotaram uma casa noturna em Barcelona, na segunda-feira.

O chefe de marketing da Sony Ericsson, Steve Walker, disse que com os demais membros da família – Xperia pro e Xperia neo -, o objetivo é liderar as vendas de smartphones com o sistema operacional Android, do Google.

A Sony Ericsson conta com 354 desenvolvedores e promete 50 títulos de jogos para o lançamento do Xperia arc. A nova geração de smartphones da companhia conta com mais de 100 mil aplicativos. Até o fechamento desta edição, os executivos responsáveis pelos negócios da companhia na América Latina não haviam respondido aos pedidos de entrevista para detalhar a estratégia nos países da região.
Fonte: Valor

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