O iPad da Apple pode ser descrito como uma tela pessoal com a qual uma pessoa pode ver e manipular textos, gráficos, fotos e vídeos frequentemente distribuídos pela internet.

Então, de que forma a empresa decidiu melhorar seu popular tablet? Ampliando drasticamente a qualidade dessa tela, e tornando a distribuição de conteúdo muito mais rápida.

Há outras mudanças na terceira geração do iPad, que chega às lojas hoje com preços que começam em US$ 499 nos Estados Unidos, o mesmo que seu antecessor. Mas as principais atualizações foram feitas nas características centrais do tablet- a tela de 9,7 polegadas e a velocidade da transmissão de dados nas redes celulares.

Reforçar essas características poderia ter impacto negativo sobre a vida da bateria em um aparelho digital. Mas a Apple conseguiu manter a duração da bateria que ajudou a dar ao iPad uma vantagem sobre outros tablets.

Isso não significa que não há aspectos negativos. Para dar espaço para uma bateria maior, o novo iPad pesa uns 8% mais e é cerca de 7% mais espesso que o modelo anterior. Isso significa que a Apple já não pode dizer que tem o tablet mais fino e leve, como fez com o iPad 2 no ano passado.

Tenho testado o novo iPad, e acredito que, apesar desses aspectos desfavoráveis, as melhoras do novo modelo posicionam o iPad como o melhor tablet do mercado. A tela é espetacular. A empresa espremeu quatro vezes mais pixels no mesmo espaço físico em comparação com o iPad 2, e afirma que a tela do novo tablet tem um milhão de pixels mais que uma tela de TV de alta definição. Textos e fotos são bem mais nítidos.

Nos meus testes, a função opcional, com custo extra, de transmissão celular 4G LTE se parecia com uma conexão Wi-Fi rápida. Também adorei as fotos e vídeos que fiz com a câmera traseira melhorada. E a duração da bateria caiu em 11 minutos em comparação ao modelo anterior, ainda muito melhor que qualquer outro tablet que já testei.

Além da incomparável coleção de 200.000 aplicativos criados por outras empresas para o iPad e os grandes catálogos de música, livros, revistas e vídeo disponíveis para ele, posso recomendar o novo iPad como a melhor escolha para quem busca um tablet para uso geral. A única exceção seriam as pessoas que preferem um aparelho menor que possa ser usado com uma só mão, ou aqueles que acham o peso um problema. Em meus testes, embora desse para notar o ganho de peso, não tive problemas durante leituras ou sessões de vídeo longas. Achei a espessura extra quase imperceptível.

Para quem quer algo mais leve, a Apple vai continuar vendendo o iPad 2 a um preço reduzido: US$ 399, e só com uma opção de capacidade de armazenamento, de 16 gigabytes.

Ninguém estava reclamando das telas de seus iPads, um aparelho atraente e útil que vendeu 55 milhões de unidades desde que a Apple o lançou há dois anos. Mas a nova tela dá um salto grande de qualidade.

Para perceber como ela é nítida, só vendo. A Apple a chama de tela de “retina”, porque, numa distância normal de visualização, há tantos pixels por polegada, que o olho humano não os pode notar individualmente.

Testei o novo modelo durante cinco dias e descobri que podia usar tamanhos de fonte menores para ler livros e e-mail. As mesmas fotos, que já pareciam ótimas no modelo antigo, ficaram ainda melhores no novo, não só por causa da resolução maior, mas porque, segundo a Apple, a saturação de cor subiu 44%. Uma coisa que a Apple não arrumou: como todos os monitores LCD brilhantes e a cores, este tem desempenho ruim na luz solar direta.

O novo iPad não é o primeiro aparelho a usar a tecnologia celular 4G LTE, mas mostra uma diferença enorme em relação ao iPad 2. Em meus testes, obtive uma média de velocidade de download de 17 megabits por segundo, mais rápido que a maioria das redes a cabo. Em comparação, a rede 3G do meu iPad 2 tem uma média de transmissão de 1 Mbps. Claro, o consumidor ainda pode obter um modelo só com Wi-Fi.

Outro aspecto da velocidade é a capacidade de resposta global do tablet. O novo iPad é tão rápido quando o anterior. A Apple reforçou o processador, especialmente sua capacidade gráfica.

A Apple alega que a bateria dura até dez horas entre cargas, e até nove horas, se você usar apenas a rede celular. No meu teste de bateria padrão, em que rodo vídeo sem parar, tanto na rede celular quanto na Wi-Fi, com o brilho da tela em 75%, o novo iPad durou 9 horas e 58 minutos, frente a 10 horas e 9 minutos para o iPad 2. Outros tablets que testei morreram horas antes. Em uso normal, o novo iPad durou mais de 24 horas.

Como o iPad 2, o novo iPad tem câmeras frontal e traseira. A frontal, usada para chats de vídeo, não mudou. Mas a traseira, que era péssima para fotos no iPad 2 e tinha menos de um megapixel estimado de resolução, melhorou muito. Ela agora tem cinco megapixels com lentes melhoradas. Gostei das fotos e vídeos que fiz, dentro de casa e ao ar livre, embora duvide que as pessoas vão usar um aparelho tão grande para esse fim.

O novo iPad é o primeiro que pode ser usado, como muitos smartphones, como uma estação de hot spot para conectar laptops e outros aparelhos à internet. Em meus testes, isso funcionou bem.

Ele também permite que você dite, em vez de digitar, e-mails e outros textos. Achei essa função surpreendentemente precisa, em inglês.

Desde que foi lançado em 2010, o iPad tem sido o melhor tablet do planeta. Com o novo modelo de terceira geração, ele ainda mantém essa coroa.
Fonte: Valor

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