Enquanto o homem paga mais para ter um carro equipado, veloz e confortável, a mulher fica feliz apenas por ter o modelo que comporte toda a família, pensando, inclusive,nos dias de rodízio em que o marido terá que deixá-lo na garagem. As mulheres também estão trocando o banco do passageiro para o do motorista, por escolha ou necessidade. Na divisão de tarefas domésticas, a necessidade de compartilhar o volante está democratizando o uso de um mesmo veículo e tornando-o cada vez mais unissex. “O papel do homem e da mulher está convergindo atualmente, o que faz que as necessidades sejam muito próximas”, afirma Maristela Castanho, diretora de produto da Renault para a região das Américas.
Segundo pesquisa da Renault, as mulheres representam 40% do mercado de carros no Brasil. Cerca de 55% das vendas do Clio são feitas por mulheres. Ainda assim, acrescenta Maristela, “não há um carro para a mulher e um para homem”. “O que há é uma diferença na percepção. Quando entrevistamos um e outro sobre o mesmo automóvel, ambos demonstram prestar atenção nos detalhes que têm a ver com a utilização que cada um vai fazer do carro”, explica.
O levantamento aponta que o gosto feminino tem influência na fabricação de carros e contribui para fazer modelos multifuncionais. “É ela quem escolhe o carro, mas quando escolhe, não quer um carro ‘egoísta’, mas um que seja bom para marido e filhos”, diz. Nesse caso, a julgar pelo que deseja a mulher, “vamos ter um carro multifuncional, da mesma forma que a própria mulher se descreve”.
A Mercedes-Benz também está de olho no público feminino. “Trazemos cada vez mais automóveis com configurações específicas. Os carros vêm com sensor de estacionamento e apoio de estacionamento, itens de conforto e segurança, pois a mulher se preocupa muito com essas questões, e tem um perfil mais exigente de uma forma geral”, reforça Glauci Toniato, gerente de marketing de produto automóveis da Mercedes-Benz do Brasil. Essa exigência não se concentra apenas nas cores, no acabamento, mas nos itens de segurança. “A Mercedes vem oferecendo pacotes específicos de produtos com vistas a esse público feminino. Os homens, via de regra, são mais preocupados com a potência e o porte do veículo”, explica. O design é um dos pontos que contam muito para as mulheres. “As mulheres preferem madeira mais clara, detalhes cromados, acabamento com fibra de carbono. O uso do GPS tem sido cada vez mais frequente na nossa linha e é muito valorizado pelo público feminino. Já os homens preferem acesso à internet”, conta.
“O gosto feminino influencia na fabricação dos produtos do grupo BMW uma vez que a mulher tem peso na decisão da compra. Ela hoje tem independência e já conquistou um lugar de destaque no cenário profissional, podendo fazer suas próprias escolhas”, resume Martin Fritsches, diretor da Mini Brasil. O executivo conta que apesar das marcas do grupo serem essencialmente masculinas, há produtos como os da linha BMW – X, X1, X3, X5 e X6 – e modelos da família mini, como o mini countryman, que agradam esse público. “Esses modelos têm em comum espaço interno e porta-malas maiores, bons para levar a família”, diz.
Fonte:Valor