Encontrar netbooks e leitores digitais de livros na Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas já foi uma tarefa simples. Mas na edição deste ano da feira, encerrada na sexta-feira, eles simplesmente desapareceram dos estandes. Depois de percorrer dois dos principais pavilhões do evento, o Valor encontrou apenas dois pequenos fabricantes chineses exibindo netbooks. Com relação aos e-readers, apenas um modelo foi encontrado.

O sumiço desses produtos, que já foram as grandes estrelas da CES, está ligada ao crescimento do mercado de tablets. “As pessoas preferem os tablets, que fazem mais coisas”, disse Sam Chen, da chinesa Iview. De acordo com ele, a companhia ainda vende netbooks, mas os tablets têm apresentado um ritmo de crescimento mais acelerado. “Provavelmente, no ano que vem não teremos mais os netbooks”, disse.

Os netbooks chegaram ao mercado em 2007, com o lançamento do EeePC, da taiawanesa Asus. Com telas entre 7 e 10 polegadas, eles fizeram sucesso entre quem queria uma segunda máquina para carregar em viagens. A recepção foi especialmente calorosa em países emergentes, por causa do preço reduzido. Mas a festa durou pouco. Os preços das maquinas caíram rapidamente, limitando a margem dos fabricantes. Isso tirou da disputa companhias como Dell e Toshiba. As limitações técnicas dos netbooks também passaram a irritar o consumidor, que abandonou os equipamentos quando começaram a surgir tecnologias com uma proposta mais razoável.

De acordo com a empresa de pesquisa GfK, as vendas de netbooks e e-readers vêm caindo consistentemente desde a chegada ao mercado do iPad e de seus concorrentes, a partir de 2010. Naquele ano, os netbooks alcançaram seu auge de vendas, com um movimento de USS$ 15,1 bilhões em todo o mundo. O mercado de e-readers chegou ao ápice em 2011, com US$ 4,9 bilhões.

Para 2013, a expectativa é que os valores caiam mais, mas permaneçam em um nível suficiente para justificar a existência dessas categorias. A projeção é de vendas de US$ 4,1 bilhões para os netbooks e de US$ 3,2 bilhões para os leitores digitais de livros.

Segundo Steve Bambridge, diretor de pesquisa da GfK, a queda de receita dos leitores eletrônicos foi impulsionada pela redução de preços do Kindle, da Amazon. Na avaliação do especialista, o aparelho tem um preço bastante competitivo para quem realmente não precisa de todas as funções de um tablet. Hoje, o mercado de leitores eletrônicos é disputado basicamente por quatro companhias: as americanas Amazon e Barnes & Noble (com o Nook) e as japonesas Rakuten (com o Kobu) e Sony.

Para Phil Grandinetti, vice-presidente de vendas da Verso, especializada em capas para e-readers e tablets, o mercado de leitores digitais ainda apresentará algum crescimento para a companhia nos próximos três anos. Depois se estabilizará, ou começará a encolher.

Na avaliação de Marcel Campos, gerente de produtos da Asus no Brasil, o conceito dos netbooks continua a existir nas notebooks reduzidos, com telas de 10 e 11 polegadas, à venda hoje.

Fonte:Valor

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