Não é de hoje que investidores amargam frustração com as principais referências da bolsa brasileira: Vale e Petrobras. Desde a crise financeira de 2008, quando despencaram, as ações das “blue chips” do mercado local têm mostrado um desempenho instável na BM&FBovespa. E essa turbulência tem reflexo direto sobre o retorno dos Fundos Mútuos de Privatização Petrobras e Vale, que investem recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em papéis das duas empresas.
Esses fundos foram criados na década de 2000 para aplicar os recursos disponíveis no FGTS em ações de empresas nas quais o governo detinha participações. O primeiro a nascer foi o de Petrobras, em 2000. O da Vale surgiu em 2002. Ambos, no entanto, tiveram seu auge em 2007, segundo dados levantados pela Economatica. Naquele ano, o retorno mediano acumulado pelas aplicações relativas à Petrobras chegou a 1.390,5%, em termos nominais, enquanto o de Vale atingiu 1.294,8%. Atualmente, a situação é bem diferente.
A rentabilidade dos fundos de Petrobras tem sido reduzida ao longo dos últimos quatro anos e estava acumulada em 428,5% desde o início da série até 19 de setembro, reflexo direto da queda das ações. Apenas neste ano, os fundos tinham perdas de 7,7%, ante queda de 6,8% das ações ordinárias da empresa. O caso da Vale é menos crítico. O retorno mediano desde 2002 caiu para 870,3% até 19 de setembro. Apenas em 2013, os fundos tinham perda de 12,7%, em meio à baixa de 11,7% dos papéis ordinários da companhia.
Diante desse quadro e das perspectivas para cada empresa, vale a pena para o cotista manter os recursos aplicados nos Fundos Mútuos de Privatização de Petrobras e da Vale? Especialistas indicam que a decisão deve levar em consideração o horizonte de investimento e a proximidade da aposentadoria. Incluindo os fundos mútuos de privatização do tipo carteira livre, que podem receber recursos das carteiras de Petrobras e Vale, o patrimônio do segmento somava R$ 5,6 bilhões em agosto, segundo a Anbima.
Fonte:Valor