A sala de jantar não vai mais existir em 2020. Pelo menos não como espaço formal, mesa retangular com lugares que denotam uma hierarquia na família ou entre convidados. As refeições serão feitas nos sofás, diante de mesas que abrem e fecham, ou num prolongamento da cozinha em mesas arredondadas (como nas copas de antigamente), num ambiente mais acolhedor e de aproximação entre as pessoas.

A previsão é da consultoria inglesa WGSN, um dos maiores escritórios de pesquisa de tendências de moda do mundo, que lançou ontem uma divisão específica para detectar o que estará em voga quando o assunto é decoração, a Home Build Life (HBL).

“A sociedade está cada vez mais fechada, com a vida em condomínios, relações virtuais que diminuem a interação real”, diz Andrea Bisker, diretora da WGSN para a América do Sul. “Se busca o conforto do lar como antídoto para a insegurança, como local para relaxar, se proteger e ter conforto.”

Esse movimento gera outro em contrário, diz ela: a necessidade de receber e relacionar-se com o outro. E cita como exemplo a rede virtual “couchsurfing”, (literalmente, surfe no sofá), em que os cadastrados se dispõem a oferecer seu “sofá” para hospedar viajantes desconhecidos de outros países. Por isso, e também porque as relações estão mais efêmeras (um dia se está casado, no outro solteiro novamente), o desejo do consumidor estará em uma casa flexível, com móveis que podem ser mudados de lugar facilmente, que tenham mais de uma utilidade e ambientes modulares.

A disseminação dos ‘home offices’ também coloca a casa no centro das atenções. Daí a decisão da WGSN de voltar-se para esse mercado. Hoje, dos 150 clientes que o site de tendências tem no Brasil, apenas seis – Oxford, Tok&Stok, Karsten, Tramontina, Altenburg e M.Martan – são dessa área e a expectativa é chegar a 25 com o serviço específico. Hoje, a equipe da consultoria já rastreia as novidades de 15 feiras de decoração e design ao redor do mundo. Com o HBL, serão 40 eventos. A consulta ao conteúdo do novo site custará a partir de US$ 10 mil por ano (com duas senhas de acesso), um valor menor do que o cobrado no WGSN (a partir de US$ 15 mil por ano).

Fonte: Valor

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