Philipe Lantos, presidente-executivo do Marina Barra Clube, uma das instituições mais tradicionais do bairro, mora no Flamengo e foi criado na Zona Sul. Para o executivo de carreira, porém, essa é uma vantagem. Garante profissionalismo para gerir um clube que já tem 26 anos, 9.500 sócios e uma estrutura invejável, com piscinas semiolímpicas e quadras para todos os esportes, além de 88 vagas para lanchas e 25 para jet skis.
Desde 2007 no cargo, ele fala sobre os principais problemas para a prática náutica na Barra e afirma que está se apaixonando aos poucos pelo bairro onde trabalha.

O GLOBO-Barra: Quais os maiores problemas, hoje, para a prática náutica na Barra? Philipe Lantos: Os quatro maiores problemas são a altura de uma das pontes que ligam o Itanhangá à Barra, o assoreamento das lagoas, a dificuldade de saída no Quebra-Mar e a dificuldade de abastecimento. A navegabilidade também é muito ruim, já que as lagoas estão sujas e assoreadas.

Que ponte é essa que tem altura inadequada e como ela atrapalha a navegação? Lantos: É aquela usada pelos carros que saem da Barra em direção ao Itanhangá.
Ela é muito baixa e isso é um limitador importante, já que as embarcações dependem das marés baixas para sair e voltar e a maioria tem que ser adaptada, ou seja, ter sua altura reduzida, para passar por baixo dela.

Vocês já procuraram o poder público para falar do problema. Houve promessa de obras para solucioná-lo? Lantos: Até onde eu sei, não houve ainda qualquer divulgação de promessa formal de melhoria, embora agora, com a chegada do metrô, haja indicações, ainda informais, de que as pontes serão substituídas. Ou pelo menos essa mais baixa.

Como o assoreamento das lagoas atrapalha as atividades do Marina? Lantos: Quando as águas estão rasas, a navegabilidade se torna mais complicada. A vida do clube está muito ligada à saúde das lagoas. É importante que elas estejam limpas, sem cheiro ruim. Este é um problema antigo.
Quando cheguei ao Marina, as lagoas já estavam assim.
Torcemos para que o poder público arrume uma solução para esse entrave.

Qual é o problema da saída do Quebra-Mar? Lantos: Ela é muito estreita, e qualquer problema de maré impede a passagem. Temos, inclusive, uma área aqui no clube que faz estudos da maré frequentemente, para alertar os sócios sobre quando é possível sair e voltar com a embarcação.
Sei, no entanto, que o poder público tem esse projeto de ampliar a estrutura do local, permitindo a passagem de barcos maiores.

Atualmente, não há um posto náutico na Barra. Como é feito o abastecimento, de maneira a evitar danos ao meio ambiente? Lantos: O Marina não abastece embarcações, nem permite o trânsito de combustível e abastecimento dentro do clube.
Claro, porém, que a proibição causa desconforto aos sócios, já que eles têm que abastecer em outros locais. Isso atrapalha nossas atividades, mas é algo que foge da nossa responsabilidade.

Vocês percebem uma preocupação do governo de manter uma tradição náutica na região, até por sua imensa bacia hidrográfica? Lantos: É difícil medir a preocupação do poder público, mas certamente esta região poderia estar muito mais bem desenvolvida, com projetos de transporte aquático e uma exploração turística que aproveitasse melhor o seu potencial, gerando desenvolvimento econômico sustentável e empregos. Já ouvi de muitos sócios que a cidade de Miami tem uma bacia hidrográfica parecida, e que por lá essa exploração acontece de maneira saudável.

Você trabalha em uma instituição com grande importância para a região, mas não mora no bairro e admite não ter pleno conhecimento da área. Isso o atrapalha? Lantos: Nem um pouco.
Não tenho essa ligação pessoal com o local e, portanto, posso gerir o Marina de maneira bem profissional. Essa é a tendência, aliás, nos clubes da cidade. São executivos contratados para gerir grandes negócios. Estou me apaixonando aos poucos pela Barra. É o bairro do futuro.
Tem, obviamente, alguns problemas graves, como o de trânsito. Mas, como vou embora de moto, mesmo no horário de pico, por volta das 19h30m, não sinto tanto seus efeitos.

O que já foi realizado na sua gestão? Lantos: Concluímos as obras de estrutura que pretendíamos fazer e, principalmente, abrimos o clube para crianças de até 14 anos. Elas não precisam ser sócias, e podem participar de diversas escolinhas, como natação, vôlei, tênis e futebol.

Quais os projetos do clube para o futuro? Lantos: O Marina pretende consolidar sua posição de melhor alternativa para a prática de esportes e convívio social familiar. Tem o objetivo também de ampliar suas atividades náuticas, com oferta de novas vagas e, principalmente, melhorias na infraestrutura.

Fonte: Globo Barra

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