Mesmo com lei da autovistoria de gás em vigor, moradores devem ter cuidados simples ao usar aquecedores
No mês passado, em São Conrado, a explosão em um apartamento no edifício Canoas, decorrente da má instalação de um rabicho de gás, levou moradores do Rio a repensarem nas medidas preventivas para o uso de gás canalizado. Como nos dias frios o uso de aquecedores é mais frequente, é preciso estar atento a alguns cuidados simples, que podem evitar problemas graves, como esse.

Uma das precauções é a ventilação. Sabe quando bate aquele friozinho gostoso e você liga o aquecedor? Se fechar as portas e janelas, vai deixar o ambiente mais quentinho. E perigoso. Esta é uma das atitudes mais comuns e equivocadas ao usar aparelhos desse tipo, sejam a gás ou elétricos. No caso dos que funcionam a gás, o calor é resultado da queima de oxigênio, e o ar precisa ser renovado. Se tudo estiver vedado, o cômodo pode ficar contaminado. A gerente técnica da CEG Rio, Christiane Delart, explica que não é apenas o ambiente fechado o responsável por um possível incidente.
— Esse é um dos descuidos mais corriqueiros no uso de aquecedores a gás durante o inverno. Mas não é só a falta de ventilação. A contaminação do ar pode acontecer por outros fatores, como o aparelho estar com algum defeito. Por isso, é importante que ele seja inspecionado a cada dois anos, por um profissional habilitado.
Instalação de aparelhos com potência incompatível com o ambiente e falta de manutenção também estão entre as principais causas de acidentes. Outro lapso usual, conta Christiane, é realizar obras de decoração que mexam na estrutura do imóvel, após conseguir o Habite-se. Se você quer mudar e repaginar a casa, sem problemas. Mas conte sempre com a ajuda de um profissional.
A LEI E O DIA A DIA
Os cuidados que o morador deve ter no seu dia a dia e a fiscalização obrigatória são duas situações distintas. Desde março, está em vigor a lei estadual da autovistoria de gás, que determina a inspeção nas instalações de gás canalizado e em botijões nas residências e prédios comerciais, a cada cinco anos.
A instrução normativa, que define as regras da lei, foi publicada no Diário Oficial no início deste mês, mas ainda há muito a ser feito. As empresas que farão esta autovistoria devem ser certificadas pelo Inmetro, assim como por profissionais inscritos no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) ou no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ). De acordo com a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), após a creditação dessas empresas, as concessionárias CEG e CEG Rio, ambas do grupo Gas Natural Fenosa, é que divulgarão a lista das habilitadas.
A Agenersa é responsável apenas pela regulação do uso do gás canalizado fornecido pelas concessionárias. A fiscalização para os botijões ainda será definida. A partir da autovistoria, os técnicos emitirão um laudo em que constará se há reparos a serem feitos, e o prazo para realizá- los, ou se está tudo certo, conforme as regras de segurança exigidas.
Embora em vigor, o processo ainda está ganhando formato. O fato é que mesmo sem a autovistoria, moradores podem — e devem — estar atentos para evitar acidentes em suas casas. Christiane esclarece, ainda, que a CEG não faz reparos de aparelhos dentro dos imóveis. Neste caso, é preciso chamar uma empresa especializada para manutenção.
— As pessoas costumam confundir um pouco. A CEG não faz reparos dentro dos imóveis. Se houver algum problema, a CEG vai checar os medidores externos e, se constatar algum escapamento, o fornecimento de gás é interrompido.
Fonte: Oglobo