Quase um ano depois de criada, a parceria entre Bradesco e a operadora de telefonia Claro começa a mostrar a que veio. Ontem, as empresas anunciaram os primeiros resultados da joint venture: um cartão pré-pago, voltado para a população de baixa renda, e um piloto da tecnologia para pagamentos em que um celular faz as vezes do cartão tradicional, com a transação sendo realizada aproximando o telefone da maquininha que captura os pagamentos.
Ambos projetos contam com o apoio da Cielo, a empresa de captura de transações em que o Bradesco tem participação. A tecnologia, porém, não tem relação com a da Paggo, empresa que a Cielo comprou em 2010 e que também opera em pagamentos via celular. No caso do cartão pré-pago, a administração será feita pela Alelo.
O pré-pago, ainda sem nome comercial, será lançado até o segundo trimestre de 2013, com a marca das duas empresas. O cartão é vinculado a uma conta de celular da Claro (que pode ser pré ou pós-paga) e poderá ser carregado em agências do banco e lojas da operadora. “É um produto voltado para inclusão financeira, para quem hoje não é bancarizado”, afirma Marcelo Noronha, diretor executivo do Bradesco. Ele lembra que, em evento no mês passado, Banco Central e Ministério das Comunicações prometeram para breve a regulação dos cartões pré-pagos e do pagamento via celular.
O plano do banco é que o produto esteja disponível em várias bandeiras (Visa, Mastercard e Elo), informa Márcio Parizotto, diretor da Bradesco Cartões. As receitas com o produto serão divididas pela metade entre Bradesco e Claro. O banco não divulgou tarifas.
O Bradesco também testa o pagamento via celular, com a tecnologia de aproximação (chamada de NFC). Aqui, o alvo são os clientes de alta renda. Segundo Noronha, alguns clientes já devem, a partir de dezembro, receber uma “versão” de seu cartão no celular. Cerca de 300 mil estabelecimentos estarão, até o fim do ano, aptos a fazer transações NFC.
A base de celulares capazes de fazer transações NFC hoje, porém, é pequena, não chegando a 5% do total de telefones, segundo Carlos Zenteno, presidente da Claro. Ele afirma, porém, que há um esforço conjunto do mercado para ampliar essa base nos próximos anos.
Fonte: Valor