Abadi cria programa para qualificar empresas no Rio
Assim como as associações de diferentes mercados já criaram selos para atestar e deixar claro quais produtos e serviços estão aptos para o consumo — como cafés, brinquedos e até cimento —, a partir de agora, os condomínios do Rio também poderão ter um atestado que comprove a sua competência e a qualidade do trabalho prestado. A Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) lançou, no último dia 25, o programa de autorregulamentação da atividade de administração condominial, o Procondo. A certificação vai avaliar 160 pontos de cada empresa, desde itens relacionados às atividades na gestão de pessoal até a transparência na prestação de contas.

O objetivo, segundo o diretor do programa, Luis Carlos Bulhões Carvalho da Fonseca Filho, é dar um respaldo para que os condomínios e moradores tenham referências sobre a administradora a ser contratada. O processo, que será realizado pela empresa de certificações Bureau Veritas, dura, em média, três meses e deverá ser atualizado a cada três anos.
— O Procondo nasceu para facilitar e proteger os condomínios e moradores contra empresas não capacitadas. O selo confere credibilidade e constata que aquela administradora está apta para oferecer um serviço de qualidade. Quando tiver a certificação, já se sabe que ela foi avaliada e é indicada — afirma Fonseca.
O procedimento é muito parecido com o da autovistoria de prédios e de gás. A empresa será analisada sob vár ios aspectos e, se estiver com alguma pendência, terá um prazo para adequação. Diferentemente das fiscalizações acima citadas, que são obrigatórias, o Procondo é opcional. A ideia é que, com a certificação, as administradoras sejam valorizadas no mercado em que atuam, assim como acontece com os demais produtos que são atestados por algum selo de qualidade.
As empresas interessadas em participar da avaliação precisam estar há mais de cinco anos em operação, ter capital social acima de R$ 250 mil e não possuir certidões negativas. A certificação não terá custo para os condomínios ou moradores. Segundo Fonseca, as administradoras que ingressarem no programa é que serão responsáveis pelas despesas do procedimento.
EM EXPANSÃO
O diretor explica que a autorregulamentação também está tomando forma em outros estados, como São Paulo e Santa Catarina — que têm programas independentes, apesar de cooperarem entre si. No Rio, diz Fonseca, a criação do Procondo foi desenvolvida ao longo dos últimos seis anos, com o apoio de 18 administradoras. Elas, que serviram como teste para o resultado final, hoje já estão certificadas. Atualmente, no Rio, são 74 empresas associadas à Abadi.
A presidente da associação, Deborah O’Dena Mendonça, ressalta que a padronização vai orientar as administradoras sobre seus processos, e a vistoria vai fomentar a concorrência das empresas nesse mercado, o que, segundo ela, acaba beneficiando os condomínios:
— As empresas têm a oportunidade de ver nos critérios da autorregulamentação o que falta aos seus clientes, e de recriar os padrões de procedimentos que tornarão o serviço entregue ainda mais eficaz.
Fonte: Morar Bem