A imobiliária Coelho da Fonseca passa por processo de mudanças, com a profissionalização da gestão; preparo da sucessão do presidente, Álvaro Coelho da Fonseca; e fortalecimento de algumas áreas de atuação. “A empresa está se preparando para o futuro”, diz o vice-presidente executivo da Coelho da Fonseca, José Eduardo Araújo. Nada é descartado, nem parcerias estratégicas, nem abertura de capital, nem mesmo a continuidade do modelo de empresa independente de intermediação imobiliária.

Executivo de carreira no Itaú e próximo do presidente da Coelho da Fonseca desde que a empresa fechou parceria com o banco em 2008, Araújo foi convidado, no fim de 2010, para conduzir o movimento de mudanças. Na mesma época, Guilherme Parente, também com experiência no Itaú, tornou-se vice-presidente financeiro e administrativo da imobiliária. “Viemos para acrescentar competências”, diz Parente.

Da experiência anterior, os executivos levaram para a imobiliária a busca de redução de custos, o mapeamento de processos e a gestão financeira. “Estamos transformando procedimentos em manuais, padronizando as lojas, reorganizando a contabilidade e a controladoria”, conta Araújo. A tomada de decisão de cada área passou a ser feita por comitês colegiados, ainda que continuem sendo submetidas à consulta do presidente da imobiliária e do superintendente Paulo Roberto Coelho da Fonseca. A imobiliária está adequando também seus balanços ao padrão contábil internacional IFRS.

Não há prazo pré-definido para que Álvaro deixe de liderar a empresa e se torne o presidente do conselho de administração. Isso deve ocorrer quando a Coelho da Fonseca estiver preparada, de acordo com Araújo. O sucessor poderá ser um profissional do mercado ou um dos herdeiros de Álvaro ou de Paulo Roberto.

Na parte operacional, a intenção é que a venda de imóveis novos (mercado primário) se equilibre com a de usados (mercado secundário), que respondem por dois terços do total atualmente. Em 2011, o Valor Global de Vendas (VGV) comercializado de imóveis residenciais novos e usados, além de comerciais, deve ficar em torno de R$ 3,5 bilhões, com expansão de 50% ante 2010. O crescimento das vendas totais foi impulsionado pelo aumento de 20% do tíquete médio vendido, para R$ 1 milhão, e das cinco novas unidades da Coelho da Fonseca inauguradas em São Paulo desde o quarto trimestre de 2010. A unidade da Vila Olímpia, aberta neste ano, é sede do departamento de Business & Offices, criado em maio, com foco na intermediação de imóveis comerciais. Das 25 lojas, 19 estão na capital paulista. Para 2012, a estimativa preliminar é elevar o VGV vendido em 35%. Os lançamentos somarão R$ 1,5 bilhão em 2011.

Em busca de mais sinergias, a Coelho da Fonseca transferiu, há três meses, a área de administração de bens para sua subsidiária Itaoca Administração Patrimonial, que já fazia gestão de condomínios. “É inconcebível, para quem vem de banco, uma loja monoproduto”, conta Araújo. A empresa está montando sistema CRM, ou seja, de gestão de relacionamento com o cliente, para integrar dados de consumidores de lançamentos, revenda de usados, administração de bens e de condomínios.

A expansão da Coelho da Fonseca abrange também o licenciamento da sua marca para imobiliárias de municípios em que não está presente, que tenham foco em clientes com alto poder aquisitivo. A licença inclui compartilhamento de processos e sistemas. A empresa terá remuneração fixa anual pelo serviço.
Fonte: Valor

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