Viagens planejadas cuidadosamente podem ser arruinadas por incidentes sobre o qual você não tem muito controle – é a mala extraviada, o voo cancelado, aquele quarto mofado que parecia tão aconchegante no site do hotel. Mas, acredite, você pode tornar-se o responsável por um dos maiores infortúnios de quem viaja ao exterior: uma conta de telefone infinitamente maior que a dívida do cartão de crédito que a sua companheira – ou você, se for mulher – costuma fazer na Victoria’s Secret.

Tome-se o exemplo de Karina Madureira. Algum tempo atrás, ela foi a Itália em uma viagem de trabalho. No tempo que sobrava entre os compromissos assumidos, acessava e-mails pelo smartphone. E foi só para isso que usou o celular. Não ligou para ninguém no Brasil, nem navegou na internet. Mesmo assim, Karina levou um susto poucos dias depois de retornar ao Brasil. A conta que recebeu era de R$ 5 mil.

Episódios como esse são mais comuns do que se imagina. E não são não exclusividade de brasileiros. Recentemente, o “The Wall Street Journal” publicou uma reportagem na qual narrava vários casos de consumidores americanos que se deram mal em viagens internacionais – em um deles a conta chegou a US$ 10 mil.

O vilão, em todas as histórias, é o chamado “roaming”. Preste atenção ao termo. É esse o nome dado ao uso de um telefone celular fora de sua área original. No caso das ligações internacionais ou do acesso à internet fora do país de origem do consumidor, o custo das tarifas de interconexão – a taxa que uma operadora paga para usar a rede da outra – é altíssimo. E sai do bolso do usuário.

Uma boa parte do problema vem do fato de que o consumidor simplesmente desconhece que essas tarifas existem. Por isso mesmo, não se importa em gastar minutos literalmente preciosos ao telefone para contar à mãe como foi subir até o topo do Empire State.

Há outro problema de desconhecimento. Mesmo quem sabe administrar bem suas ligações pode ser pego de surpresa na hora de usar a internet ou enviar mensagens de texto. Muitos aparelhos vem com aplicativos pré-configurados para “baixar” informações automaticamente. Ou seja, sem que o usuário peça, ele recebe noticiário, atualizações das redes sociais, e-mails etc. Em condições normais, isso é ótimo. Além de útil para o trabalho, esse fluxo automático tem um custo já embutido no pacote fechado com a operadora. Mas no exterior, cada vez que uma conexão é estabelecida, uma tarifa bem mais alta é cobrada. O resultado é que você paga caro pela comodidade, sem necessariamente precisar dela.

Mas nada disso significa que você precisa ficar incomunicável em plena era da comunicação instantânea. Há várias providências que podem ser tomadas para fazer bom uso do celular fora do país sem comprometer as economias destinadas a pagar a faculdade de seu filho.

Nesta página, você encontra um guia de sugestões para usar o telefone em sua próxima viagem. Parte delas também se aplica a tablets e notebooks acompanhados de modem.

A recomendação mais simples, e que não custa nada, é verificar como o aparelho está pré-configurado para usar a rede. Desativar as atualizações automáticas no painel de controle – verifique como fazer isso no manual do dispositivo – ajuda a evitar problemas.

Comprar um chip de uma operadora do país que você está visitando é uma alternativa a ser considerada. Saia mais cedo do hotel, passe na seção de telefonia da Best Buy mais próxima e invista no cartãozinho. Você terá de passar o novo número para seus amigos e familiares, mas o incômodo é plenamente compensado pela economia proporcionada pelas tarifas locais. Além do mais, quem disse que você quer ser encontrado o tempo todo durante a viagem?

Pesquisar os pacotes promocionais da sua operadora é outra parte essencial do seu plano de viagem. Os valores e as condições de uso variam muito de uma companhia para outra. As cobranças podem ser por dia, mês ou acesso. Na tabela publicada nesta página, você encontra um comparativo simplificado.

Novos aplicativos também ajudam. Esses pequenos programas – a maioria deles gratuita – permitem falar, trocar mensagens e enviar arquivos sem que você tenha amplos conhecimentos de tecnologia. Para usá-los, é necessária uma conexão à internet. Na maioria dos casos, isso exige contratar um pacote de serviços da operadora, mas sempre existe a possibilidade de usar, de graça, a rede sem fio de algum café ou restaurante.

Fonte:Valor

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