As alterações nas condições do consórcio imobiliário anunciadas na terça-feira pela Caixa Econômica Federal apontam para uma tendência no setor. O banco foi o terceiro a mudar suas regras, depois de Itaú-Unibanco e Banco do Brasil, e a expectativa da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) é que outras instituições sigam o mesmo caminho já que o valor médio dos consórcios (que está em torno dos R$ 100 mil) está muito defasado em relação aos valores praticados pelo mercado imobiliário nas grandes cidades.


A diferença pode explicar inclusive a retração nas vendas de novas cotas. Enquanto entre janeiro e agosto do ano passado foram vendidas 133,6 mil cotas, no mesmo período deste ano as vendas ficaram em 129,6 mil. Queda de 3%. Já o número de consorciados cresceu 9,4%: de 605 mil em agosto de 2011 para 662 mil em agosto deste ano. O número de contemplados também cresceu: 49,8 mil pessoas receberam seus imóveis nos oito primeiros meses de 2012 contra 48 mil no mesmo período do ano passado. Os consórcios representaram no primeiro semestre deste ano 14,4% dos financiamentos imobiliários realizados no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Segundo informações da Abac, a retração na venda de novas cotas foi uma reação natural do consumidor que resolveu esperar pela estabilização dos preços e ajustes no mercado imobiliário. Mas, acredita a entidade, a tendência é que essa retração diminua nos próximos meses, principalmente se outras instituições financeiras também alterarem as condições de seus consórcios.

Confira abaixo o que alguns bancos oferecem hoje.

Banco do Brasil — Em junho deste ano, o banco inaugurou o grupo de consórcios de imóveis de alta renda com cartas de crédito entre R$ 350 mil e R$ 700 mil. Nesses casos, a taxa de administração é de 14% (ou 0,84% ao ano) + 1% que é diluído nas dez primeiras parcelas. O prazo para pagamento é de 200 meses. O banco mantém ainda consórcios na faixa dos R$ 30 mil aos R$ 300 mil com taxas de 17% (1,02% ao ano) + 1% diluída nas dez primeiras parcelas. A carta de crédito também pode ser paga em até 200 meses.

Bradesco — Oferece cartas de crédito entre R$ 50 mil e R$ 300 mil, mas não limita o número de cartas por cliente. Ou seja, quem quiser comprar um imóvel de R$ 900 mil pode comprar três cartas de R$ 300 mil. Mas esses casos são estudados individualmente pelo banco. A taxa de administração é de 18% ou 1,5% ao ano; e o período máximo de pagamento, de 144 meses.

Caixa Econômica Federal — Desde ontem oferece cartas de 30 mil a R$ 700 mil que podem ser pagas em até 200 meses. A taxa de administração total é de 16%.

HSBC — Oferece cartas de crédito de R$ 70 mil a R$ 300 mil que podem ser pagas em até 180 meses. A taxa de administração total é de 17% + 1%, diluído nas quatro primeiras parcelas.

Itaú-Unibanco — O banco foi o primeiro a aumentar o valor máximo de seu consórcio para R$ 700 mil. A taxa de administração é de 17%, e o prazo máximo de pagamento, de 192 meses.

Santander — Oferece cartas de até R$ 200 mil que podem ser pagas em até 144 meses. A taxa de administração total é de 18%.

Fonte: O Globo

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