Sessenta milhões de reais, em quatro dias, é o que espera realizar, em volume de negócios, a Brasil Game Show (BGS), maior feira de jogos eletrônicos da América Latina, um resultado 20% superior ao do ano passado. O evento será realizado de 26 a 29 de outubro, no ExpoCenter Norte, em São Paulo, onde são esperados 150 mil visitantes.

Segundo Marcelo Tavares, presidente da BGS, o mercado de videogames no Brasil gira em torno de R$ 1 bilhão por ano e o país já desponta no 4º lugar no ranking mundial de vendas de jogos eletrônicos. Os últimos números consolidados pelo evento mostram um incremento, na venda jogos, de 99% no ano passado em relação a 2011 e de 43% em consoles. Poderia ser melhor, diz Tavares, se o governo não impusesse tantos obstáculos ao desenvolvimento do setor. “Mas esse quadro vem melhorando a cada ano”, diz ele. Prova disso é a presença nesta edição de duas grandes empresas do setor: Microsoft, com o seu console Xbox On, e a Sony, com o Playstation 4.

A indústria brasileira de ‘games’ conta com 200 empresas, que abrigam 4 mil desenvolvedores de jogos. A maioria é formada por pequenas empresas que produzem jogos mais simples, mais baratos, próprios para rodar em dispositivos móveis como celulares e tablets. “Apesar de ser um mercado novo, já desponta com bons produtos e pode ser um bom filão a ser explorado pelo país”, diz Tavares.

Durante o evento será apresentada a oitava geração de vídeos. “Para se ter uma ideia do que isso representa, a última geração de vídeos chegou ao Brasil entre 2005 e 2006, ou seja, em sete anos não surgiram novas gerações”, disse Tavares. “O público verá um salto enorme em termos de qualidade e de técnicas; os desenvolvedores precisaram de muito tempo para chegar a esse estágio.”

Segundo ele, o que mais atrai os aficionados por videogames são a qualidade gráfica e a facilidade para jogar, justamente os maiores trunfos dessa nova geração. “O realismo é tão grande nesses jogos, que se consegue ver, com nitidez, as emoções e as expressões dos personagens”, disse. Esses avanços técnicos são importantes para o negócio porque despertam o interesse do jogador em adquirir novos equipamentos, pois os jogos não funcionam em consoles antigos.

Outro avanço se deve à queda da pirataria. Há 25 anos, 91% dos softwares usados no Brasil eram piratas (os videogames se inserem nessa categoria geral); hoje, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), o percentual é de 53%.

Recentemente, em parceria com a BSA – The Software Alliance, a Abes lançou um portal de denúncias de pirataria de software. De acordo com dados da BSA, se a taxa de pirataria diminuísse dez pontos percentuais, para 43%, seriam injetados na economia mais de US$ 4 bilhões e criados 12,3 mil empregos nos próximos quatro anos.

Quanto ao perfil do jogador brasileiro, a maioria ainda é formada pelo público masculino, que responde por 70%; apenas 30% representam o público feminino, de acordo com pesquisa da Brasil Game Show realizada em 2012. No que se refere à faixa etária, a pesquisa mostrou que 63% estão entre 18 e 35 anos de idade, sendo 32% de 18 a 24 anos e 31% de 25 a 35 anos. Em seguida vem a faixa de adolescentes, entre 13 e 17 anos de idade, que respondem por 22%.

Para a faixa acima de 35 anos de idade, a porcentagem cai para 12%. “A leitura que se faz aqui é que as gerações vão envelhecendo e, acima de 40 anos, muitos deles não perdem o hábito e os jogos os acompanham”, disse Tavares. Os 3% restantes são de crianças até 12 anos de idade. No que se refere ao estado civil, 76% são solteiros, 21% casados e os restantes 3%, divorciados e viúvos. Quanto à profissão, 40% são estudantes, 29% são de profissões diversas, 23% da área de tecnologia, 5% da área de ‘games’ e 3% profissionais de mídia.

Nesta edição, o espaço da BGS dobrou de tamanho em relação a 2012; serão dois pavilhões. A área de alimentação prevista é sete vezes maior do que no ano passado.

O público profissional terá à disposição o sistema Matchmaking, de organização de reuniões. É um sistema on-line, no qual o visitante cria um login e uma senha e agenda reuniões com outros profissionais presentes na feira. Em 2012, segundo Tavares, foram realizadas 1,1 mil reuniões por esse sistema.

Os ingressos para a feira variam dos individuais a R$ 60 até passaportes premium que custam R$ 699. Durante os quatro dias do evento, o adulto que contribuir com um quilo de alimento não perecível pagará meia entrada, devido a uma pareceria com a ONG Prato Cheio. Além disso, pessoas portadoras de necessidades especiais não pagam ingresso.

Fonte: Valor

Write A Comment

Bitnami