Quem não tem recursos para investir diretamente em propriedades pode optar pelos fundos imobiliários. Essa aplicação também rende “aluguéis” mensais, por meio de rateio das locações obtidas com as propriedades de seu portfólio, como edifícios ou shoppings. A vantagem é que não há Imposto de Renda (IR) sobre esses ganhos.

O retorno médio com rendimentos distribuídos pelos fundos listados na BM&FBovespa se situa em torno de 0,72% ao mês, o que projeta um ganho de 8,99% ao ano, segundo dados da gestora Plural Capital, em agosto. Esse ganho está isento de IR, ao contrário dos aluguéis tradicionais sobre os quais incide a tributação. O investidor com capital limitado ainda se beneficia do baixo valor das cotas, que começa em R$ 100 nas emissões primárias.

Após a oferta pública, as frações passam a ser negociadas na BM&FBovespa. Por isso, além do rendimento mensal, o aplicador pode ganhar com a valorização das cotas, da mesma maneira que ocorre nos imóveis físicos. “Nos últimos anos, a alta dessas cotas no mercado secundário foi bastante significativa e acompanhou a valorização das propriedades reais”, afirma o consultor Oswaldo Senna, do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). Vale lembrar que o retorno obtido com essa valorização da cota não tem o benefício fiscal.

Na comparação entre os investimentos, as propriedades reais têm como vantagens “a possibilidade de compra alavancada, por meio de financiamento, e a chance de se ganhar mais com a valorização”, diz o professor de Finanças do Insper Michel Araújo. Os fundos, por sua vez, marcam pontos nos quesitos liquidez – é mais fácil e rápido negociar as cotas – e exigência menor de capital. E, caso o investidor precise de dinheiro imediatamente, permitem resgates fracionados.

Além disso, imóvel próprio exige atenção do dono, ao menos, para acompanhar se está bem conservado. No caso das carteiras, todo o trabalho de gestão fica com o fundo.

O consultor do IBCPF alerta, no entanto, para os riscos do mercado secundário. Os valores oscilam de acordo com o cenário econômico ou eventos, como, por exemplo, um problema de fiscalização. “É melhor entrar no lançamento, quando ocorre a oferta pública. Nas cotas negociadas em bolsa, se o preço estiver alto, o investidor pode perder dinheiro se o mercado desinflar e houver desvalorização.”

Fonte: Valor

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