O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – usado pelo governo como inflação oficial do regime de metas – desacelerou em fevereiro, para 0,8%, mas em um ano teve a maior taxa desde novembro de 2008. O IPCA subiu 6,01% nos 12 meses encerrados em fevereiro. No penúltimo mês de 2008, a inflação em 12 meses tinha sido de 6,39%. A meta de inflação para o ano é de 4,5%, com dois pontos percentuais de tolerância para cima ou para baixo.
O IBGE anunciou a inflação de fevereiro – que ficou abaixo do 0,83% de janeiro – dois dias após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter decidido subir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano, com medo de pressões inflacionárias na economia. O índice está acumulado em 1,64% no ano.
Analistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,85% em fevereiro, segundo mediana de pesquisa com faixa de estimativas de 0,73% a 0,90%.
Em fevereiro, os preços de educação subiram 5,81%, respondendo por 51% da alta do mês (ou 0,41 ponto percentual). O destaque foi para a alta de 6,41% nas mensalidades de cursos de ensino formal. Os reajustes de educação são típicos dessa época do ano.
O grupo de alimentos e bebidas, que subira 1,16% em janeiro, teve inflação de apenas 0,23% mês passado. No caso do vestuário, os preços subiram 0,12% no primeiro mês do ano mas caíram 0,25% em fevereiro.
Inflação dos mais pobres
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de baixa renda, subiu 0,54% em fevereiro, contra 0,94% em janeiro. Segundo o IBGE, o índice está acumulado em 1,49% no ano e em 6,36% em 12 meses.
Os alimentos, que subiram 1,02% em janeiro, não tiveram inflação no mês passado. O INPC mede a inflação para famílias com renda de um a seis salários mínimos, com chefe assalariado.
A maior alta regional do INPC foi medida em Porto Alegre, com 0,88%, puxada por alimentos e tarifas de ônibus. Em São Paulo, os preços subiram 0,75%. A região metropolitana do Rio foi a segunda com menor variação, de 0,32%. Em Fortaleza, onde ainda não foi contabilizado o reajuste nas mensalidades escolares, o INPC subiu 0,2%.
Fonte: O Globo