Esse é a terceira temporada de verão consecutiva nos Estados Unidos em que o temor de outro colapso econômico concentra as atenções. Só que dessa vez há uma diferença: o mercado imobiliário não está patinando.
Aliás, é bem o contrário. Em meio a uma série de dados econômicos ora neutros, ora decepcionantes, os números relativos ao mercado de imóveis são um ponto positivo. O relatório mais recente sobre o ritmo da construção em maio e as cifras da semana passada sobre a venda de imóveis novos e usados no mesmo mês superaram as expectativas dos economistas. Ainda na semana passada, o resultado trimestral da Lennar Corp. e da KB Home ficaram muito além do esperado.
É um cenário bem distinto do registrado um ano atrás, quando a esperança de recuperação do mercado imobiliário americano foi frustrada por uma temporada de compras no segundo trimestre que mais uma vez não se materializou. É certo que, embora os problemas na cadeia de suprimento devido ao tsunami no Japão e o impasse nas negociações sobre o teto da dívida americana tenham sido fatores importantes na desaceleração do verão passado nos EUA, a continuidade da pasmaceira no mercado imobiliário também contribuiu.
A melhora nas condições do setor poderia abrir o caminho para um crescimento maior. Já que os imóveis costumam ser um sustentáculo do mercado depois de uma crise, a falta de recuperação ali é uma das principais razões para a economia americana ter avançado tão pouco desde o fim da recessão.
Mas a contração no setor imobiliário foi tanta que, mesmo que dispare, o mercado seria incapaz de dar diretamente um empurrão expressivo na economia.
Fonte: Valor