Quando o consumidor abrir a carteira para comprar um computador novo, ele vai se deparar com uma ampla gama de escolhas e níveis de preço, que variam de um micro a partir de R$ 999 até máquinas altamente equipadas que custam milhares de reais. Este ano, não há nenhum acontecimento novo no mercado, como a entrada dos minúsculos netbooks que aconteceu alguns anos atrás. Mas há alguns processadores novos e também inovações em processamento de vídeo.
Para ajudar a conduzir você em meio a essas alternativas, aqui vai o meu guia de como comprar um computador, uma lista rápida que tenta esclarecer algumas questões para facilitar sua ida às compras.
Concentrei-me nos notebooks, que atualmente dominam o mercado, mas a maioria dos conselhos se aplica também aos computadores de mesa, ou desktops. Não incluí a nova geração de “tablets”, uma categoria que pode vir um dia a substituir os notebooks para alguns usuários; em vez disso, eu me concentrei nas máquinas tradicionais que a maioria dos consumidores busca.
Estas dicas são para os usuários médios que fazem as tarefas mais comuns. O meu conselho não se aplica a empresas ou aos aficionados em videogames, nem aos produtores sérios de mídia.
Custo: No ano passado, os fabricantes e varejistas estavam tentando fazer o consumidor se afastar dos netbooks mais baratos em direção a um tipo um tanto mais caro de notebook que roda o Windows, chamado às vezes de “fino e leve” ou de “ultrafino”. Essas máquinas geralmente custam de R$ 1.600 a R$ 3.800, têm telas e teclados maiores, e melhor processador de vídeo. Mas ainda dá para gastar menos. Os netbooks, que geralmente custam entre R$ 1.000 e R$ 2.000, estão perdurando e têm melhorado, com telas de maior resolução e processadores de vídeo mais velozes. Dá para comprar um desktop do tipo torre a partir dos R$ 1.000.
Processadores: A grande novidade nessa área é a nova série de chips “Core” da Intel, chamados de i3, i5 e i7, que são encontrados tanto em PCs quanto em Macs. A Intel afirma que todos os três são mais velozes e mais eficientes que seus antecessores. Mas o i5 e o i7 também vêm com um recurso chamado Turbo Boost, que aumenta a velocidade quando percebe que isso é necessário, e desliga partes do chip durante tarefas menos intensas para economizar energia. Isso posto, ressalve- se que não há nada errado em comprar um micro que usa chips da rival Advanced Micro Devices, que geralmente custam menos, e os consumidores em busca de uma pechincha ainda conseguem se dar bem com os chips mais velhos, como o Core 2 Duo da Intel. Os interessados num netbook que tenham necessidades reduzidas devem procurar pelo processador Atom da Intel, que é mais fraco.
Vídeo: Para a maioria das tarefas simples, até mesmo para a exibição de vídeos, o processador de vídeo integrado, que usa memória compartilhada, é o suficiente. Os chamados processadores de vídeo dedicados, que são quase como ter um segundo processador, são mais potentes, especialmente para os games. Alguns programas chegam a usá-los para tarefas que não são de vídeo, o que pode melhorar a velocidade e a eficiência.
Mas os processadores dedicados consomem mais bateria.
Atualmente, uns poucos PCs que rodam Windows estão vindo com uma tecnologia da fabricante de processadores de vídeo Nvidia chamada Optimus, que alterna entre os dois tipos de processador de vídeo para economizar energia. A Apple incluiu um sistema similar em seus notebooks mais recentes da linha MacBook Pro nos tamanhos 15″ e 17″.
Windows x Mac: O sistema operacional Windows 7, da Microsoft, é bem competitivo com o sistema operacional Snow Leopard, da Apple. E os PCs podem ser comprados por bem menos e em mais variedades do que a linha da Apple, que começa nos R$ 2.999. Mas os Macs têm suas vantagens. O hardware da Apple é elegante e confiável e, nos meus testes, os Macs geralmente têm inicialização mais rápida do que as máquinas que rodam o Windows.
Além disso, a Apple geralmente leva boas notas nas pesquisas sobre assistência, e os Macs não são afetados pela vasta maioria dos softwares maliciosos, em grande parte criados para rodar no Windows.
Também considero os softwares incluídos nos Macs excelentes. A Microsoft, por sua vez, retirou softwares como um organizador de fotos e um programa básico de e-mail do Windows 7. Alguns fabricantes de PCs os incluem, mas em muitos casos é preciso baixar os programas da Microsoft ou de outras empresas.
Memória: A menos que esteja comprando um modelo muito barato, você deve comprar um computador novo que tenha pelo menos 4 gigabytes de memória RAM, e nunca aceitar um que tenha menos de 2 gigabytes.
Disco rígido: Um disco rígido de 320 gigabytes deve ser o mínimo na maioria dos PCs, embora 250 gigabytes seja aceitável se o preço for crucial. Num netbook, procure um com pelo menos 160 gigabytes de disco. Os discos “solid state” são mais rápidos e usam menos bateria, mas custam muito mais.
64 bits: Muitos modelos agora vêm com uma arquitetura de 64 bits, que permite que programas escritos apropriadamente usem mais memória e rodem mais rápido. Se possível, compre uma máquina de 64 bits, tecnologia que vai ficar cada vez mais importante.
Toque: O Windows 7 permite que você controle o computador tocando a tela com os dedos e alguns fabricantes de PCs acrescentam seus próprios recursos de tela de toque. Se você estiver considerando comprar um PC com tela de toque, verifique que ele tenha uma tela multitoque que aceite todos os gestos do Windows 7. A Apple usa um touch pad nos notebooks, ou seu novo mouse para os desktop, como o mecanismo multitoque e de gestos de dedos, em vez da tela.
Fonte: Valor