O jornal “News of the World” deu adeus às bancas de jornais da Inglaterra ontem, publicado pela última vez com a manchete “Obrigada e adeus”, seguindo o clamor público sobre as acusações de invasão de caixas postais de telefones celulares em 2002. A tiragem semanal dobrou para 5 milhões de cópias, que, conforme relatos, voavam das prateleiras enquanto as pessoas corriam para comprar exemplares de recordação.
Um jornaleiro do distrito de Camberwell, disse: “Meu Deus, estou vendendo duas vezes mais exemplares do que o habitual. Normalmente vendo de 80 a 90, mas hoje vou vender 160 ou mais. As pessoas estão comprando dois, três até sete cópias.”
A maior parte da edição foi dedicada aos pontos altos da história do jornal, que insistiu ter sido uma força para o bem. “Nós salvamos crianças dos pedófilos e crucificamos 250 bandidos do mal”, dizia a publicação. Mas em um editorial de página inteira, o jornal pediu desculpas aos leitores pelo escândalo que levou ao seu fechamento, dizendo: “Simplesmente perdemos o rumo. Os telefones foram cortados e esse jornal está realmente triste.”
“Não há justificativa para esse delito terrível. Não há justificativa para o sofrimento causado às vítimas, nem para a profunda mancha que deixou em uma grande história.”
O fechamento do jornal de 168 anos de existência, – que vendeu mais de 2,8 milhões de exemplares por semana e construiu sua reputação com a exposição de escândalos sexuais e campanhas populistas – é o sinal mais tangível da pressão a que está submetido o império de mídia de Rupert Murdoch desde revelações sobre a participação do jornal em um escândalo de invasão de telefones celulares que remonta a 2002.
Fonte: Valor