Portais do setor imobiliário se tornam ferramentas cada vez mais relevantes para quem quer comprar ou vender casas, apartamentos e escritórios. Se os outlets virtuais chegaram para fomentar negócios de imóveis novos, no segmento de usados serviços de busca de ofertas – como os portais ZapImoveis, ImovelWeb e VivaReal – existem há anos e ajudam a formar preços no chamado mercado secundário. Para o bem e para o mal.
A facilidade de pesquisa torna as ferramentas o método mais fácil de os vendedores balizarem suas ofertas. Mas, se por um lado os sites acabam se tornando um referencial na hora de avaliar imóveis, de outro acabam por manter os preços simétricos, além de não espelhar, em muitas ocasiões, os valores reais das vendas realizadas.
“Na ferramenta de internet o que acaba acontecendo é que o preço anunciado é diferente do transacionado. Isso porque, após a negociação, na média, a venda acaba saindo por valor 5% menor do que o ofertado”, explica o CEO do ImovelWeb, Roberto Nascimento.
O alcance da internet hoje é indissociável dos negócios. A construtora e incorporadora MRV Engenharia, por exemplo, registrou em junho um índice de 38% de comercialização de unidades pela rede mundial. A incorporadora Tecnisa revelou na divulgação de seus resultados que as vendas originadas por meio da internet geraram R$ 342,6 milhões em 2011. E, segundo a companhia, no período, 97% dos clientes chegaram até o imóvel a partir de pesquisas realizadas na web.
Na esteira do crescimento do mercado imobiliário, os serviços oferecidos aos potenciais compradores continuam a evoluir. Uma das mais recentes ferramentas, o “Urbanizo”, foi lançada no fim de novembro pelo grupo Buscapé. O serviço permite saber o preço do metro quadrado rua por rua nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Com informações garimpadas nos principais portais imobiliários do país, o site estabelece as cotações e gera “mapas de calor”, ou seja, um indicador de quão “aquecida” está aquela determinada região.
O mercado de usados acompanhou a alta de preços puxada pelos lançamentos. Mas, do mesmo modo, a valorização parece ter atingido uma “velocidade de cruzeiro” com o desaquecimento das vendas. De acordo com o índice Fipe/Zap – que reúne dados dos mercados imobiliários de seis capitais e do Distrito Federal -, na média, os preços tiveram uma alta de 11,6% até outubro deste ano, ante 23,2% no mesmo período de 2011.
Para o gerente geral de vendas da imobiliária e administradora de condomínios Lello, Rodrigo Guedes, os usados se mantém atrativos devido à diferença de valores em relação aos novos, cerca de 50% a 70% do preço de um similar recém-construído. E nem a eventual concorrência com os lançamentos tem abalado o segmento. “O grande número de empreendimentos novos acaba ajudando os usados. Isso porque, em comparação, os preços são muito mais competitivos”, afirma.
Mesmo com a desaceleração de vendas, o movimento virtual continua a todo o vapor. “Não houve queda no interesse. O volume de busca continua muito alto. A diferença é que agora as pessoas têm demorado mais para fechar a compra”, afirma o sócio-fundador do portal VivaReal, Diego Simon. Sinal de que a especulação pode estar dando sinais de fadiga, mas que a demanda continua presente.
Fonte:Valor