Depois de fecharem o primeiro semestre com quedas superiores a 6% na média, os fundos de ações caminham para fechar julho com um retrato mais favorável. A semana passada – a melhor do ano para o Ibovespa, com alta de 4,1% – garantiu que quatro dos sete tipos de fundos de ações saíssem do negativo no mês. As carteiras setoriais, de sustentabilidade e governança, assim como as que buscam superar o Ibovespa e as que não se apegam a índices, têm ganhos em julho. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O principal índice da bolsa brasileira ainda perdia, até 19 de julho, 0,1% no mês. No ano, a queda era de 22,2%. No acumulado de 2013 todos os tipos de fundos de ações permanecem no vermelho, mas as perdas não vão tão longe. A maior queda, de 13,5%, é dos fundos small caps, com papéis de menor liquidez. A menor perda, de 5,5%, é das carteiras ações livre, que dão ao gestor maior liberdade de seleção de papéis. Em 12 meses, apenas esses fundos e os small caps ainda têm ganhos.

A alta recente, ainda que tenha garantido um respiro aos fundos, não rendeu alívio aos gestores. “O que pressionou a bolsa no primeiro semestre permanece”, afirma Daniel Castro, sócio e gestor de ações da DLM Invista. Enquanto o cenário europeu continua conturbado, diz, a China tem crescimento mais brando e se mantém no horizonte a retirada de estímulos à economia americana. Internamente, os indicadores de confiança cedem e o consumo perde força. “O segundo semestre está se mostrando até mais desafiador do que o primeiro para algumas empresas, principalmente as voltadas para o consumo”, diz Castro.

A alta recente na bolsa foi em grande parte atribuída ao discurso do presidente do banco central americano, Ben Bernanke, em 10 de julho. A sinalização, entendeu o mercado, foi que o aperto monetário vai demorar. Quanto mais ele for adiado, considera Castro, melhor. Seja como for, diz, é preciso trabalhar com essa tendência.

O segundo semestre começou com resgates em quatro dos sete tipos de fundos de ações. O ano, entretanto, mostra um comportamento mais paciente do investidor em relação a essas carteiras. A captação até 19 de julho é positiva em R$ 8,6 bilhões.

Os dados segmentados, divulgados pela Anbima para o primeiro semestre, mostram que a captação líquida dos fundos de ações foi positiva tanto para o investidor institucional quanto para o de varejo. Enquanto resgatava R$ 4,9 bilhões dos fundos de renda fixa, o cliente do varejo tradicional aplicava R$ 324,8 milhões em carteiras de ações.

O varejo permanece, entretanto, com uma participação pequena no patrimônio dos fundos de ações, de 5,6% até junho. A maior parte dos recursos, 48,6%, é das entidades fechadas de previdência complementar. Em seguida aparece o cliente do private bank, com 23,3% do total investido.

Fonte:Valor

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